Matheus Costa - Sertanejo depõe no MP em operação contra desvio de verba, em Goiás

terça-feira, 11 de agosto de 2015

O cantor sertanejo Matheus Costa, de 24 anos, foi conduzido coercitivamente, na manhã desta terça-feira (11), para prestar depoimento na sede do Ministério Público de Goiás (MP-GO), em Goiânia, durante operação que investiga desvio de dinheiro público em órgãos estaduais. Pai do músico, o ex-deputado estadual Tiãozinho Costa (PTdoB)  está entre os nove presos na ação.

Deflagrada nesta manhã, a Operação Compadrio cumpre mandados de prisão preventiva e temporária, condução coercitiva e busca e apreensão. A ação ocorre em Goiânia e mais cinco municípios.

Advogado do PTdoB, Ronilson Reis disse ao G1 que um mandado de condução coercitiva também foi cumprido contra a mãe do cantor, Cleidiane Freire. Pais e filho prestam depoimento na sede do MP-GO.
A defesa afirma que Tiãozinho Costa foi preso preventivamente. O advogado não sabe de que o cantor, o pai e a mãe são suspeitos. Reis informou ainda que o político é proprietário de uma empresa de paisagismo.

Agetop
A operação conta com o apoio de 36 promotores de Justiça e cerca de 150 policiais militares. Segundo o MP-GO, em Goiânia foram cumpridas duas prisões preventivas, três temporárias e oito conduções coercitivas. O diretor de Obras Rodoviárias da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), José Marcos de Freitas Musse, também está entre os detidos.

O preside da Agetop, Jayme Rincón, está viajando, mas disse, em entrevista à Rádio CBN Goiânia, que está “tranquilo em relação a todos os atos de toda a diretoria da Agetop”. “Nossos procedimentos sempre estiveram à disposição da Justiça e dos órgãos de controle, todos os processos foram e são sempre fiscalizados e não tenho nenhuma dúvida em relação à lisura desses procedimentos”, afirmou.

Segundo Rincón, ele foi informado pelo advogado de Musse, Ovídeo Martins, que a origem da investigação é relacionada ao ex-deputado. A empresa do político teria prestado um serviço a uma empresa contratada pela Agetop para a realização de obras na GO-060.

O presidente defende Musse. “Ele é diretor de uma área de grandes investimentos e nunca houve um processo, um questionamento ou processo licitatório que tenha levantado qualquer tipo de suspeita. São situações que transcendem a administração da Agetop", disse.

Mandados
Promotores e policiais cumpriram um mandado de prisão temporária e um de condução coercitiva em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital. Já em Araçu, no noroeste goiano, houve uma prisão temporária e duas conduções coercitivas. Em Morrinhos, no sul do estado, executaram duas conduções coercitivas.
Houve uma prisão temporária em São Miguel do Araguaia, no norte de Goiás. Em Uruana, na região central do estado goiano, houve uma prisão temporária e sete conduções coercitivas.
O MP-GO não informou quantos dos 37 mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Os documentos foram expedidos pela juíza Placidina Pires, da 10ª Vara Criminal da Comarca de Goiânia.
Investigação

De acordo com o MP-GO, a ação consiste no desenrolar de uma investigação iniciada em 2013 para apurar "uma organização criminosa instalada em órgãos públicos". Conforme os promotores, o grupo é suspeito de usar funcionários fantasmas e empresas laranjas para instrumentalizar desvios de dinheiro público.
Os suspeitos também são investigados por favorecimento em licitações públicas, lavagem de dinheiro e retirada fraudulenta de restrições bancárias, cartorárias e no cadastro de proteção ao crédito. Todos os crimes contavam com a colaboração e participação de funcionários públicos.

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