Almir Sater - Para o cantor, CD hoje é filantropia. Por isso, faz shows

quinta-feira, 27 de setembro de 2012



O charme do homem pantaneiro em pessoa, voz e violão. Almir Sater esteve em Campo Grande participando do show de lançamento do CD de Paulinho Simões nesta segunda-feira e já adiantou que volta ao palco, outra vez no Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, para um show entre amigos no dia 21 de outubro.

A apresentação será única e dividirão as mesmas canções Rodrigo Sater, Toninho Porto, Guilherme Cruz, Marcelo Zanderson e Gisele Sater.

O show, segundo Almir, será o mesmo realizado neste último final de semana no Credicar Hall, em São Paulo. Da ideia de reunir os amigos e irmãos, ele diz que não está ainda em prática a de fazer um CD ou DVD. Até desconversa e diz que gravar CD virou para os artistas, filantropia diante dos sites de baixar música.

“Somos só amigos que se encontraram e foram se ajuntando. Músicos antigos de mais idade, tem que fazer isso...” A frase ele termina dizendo que enquanto ainda há tempo, como quem diz que apesar de conhecer o perigo, eles têm de fazer de conta que o tempo não ronda seus corações.

“Aí tem que brincar com os mais jovens”, completa, falando sobre o misto de experiências e idades que sobem ao palco no próximo dia 21.

Em uma época em que se pode contar nos dedos das mãos quem compra CD, Almir argumenta que para os artistas não existe retorno à altura do custo da gravação.

“Mas eu não posso reclamar, eu também baixo”, admite.

Aí o Lado B pergunta que música tem na playlist o precursor da chalana? Ele responde “uma música do século passado. Ontem eu queria escutar 'Parabéns a você' de Tonico e Tinoco. Fui atrás e achei. Era um pouco diferente daquela que eu ouvia os peões tocando, mas eu ouvi de graça e não paguei nada”.

Realizar shows virou sinônimo de diversão e encontro de velhos amigos, que rejuvenescem ao lembrar loucuras de outros verões.

“Se cantar abatesse no imposto de renda pelo menos, já era um benefício para o artista. Ingresso não paga show. É metade pra estudante e outra metade pra idoso. Só vai estudante e idoso nos shows. Mas ainda bem que artista é bem humorado”, brincou.

Sobre o próximo show aberto ao público, Almir diz que não tem o que falar. Gentilmente ele sorri dizendo que faz o mesmo show há 200 anos.

“Procuro manter comigo as mesmas canções, assim aproveito melhor a afinação. As músicas muito distantes, eu acado nunca tocando”. Fora do repertório ficam na saudade de quem é fã, músicas como Capim de Ribanceira e Vaso Quebrado, por exigirem afinação ou tensão muito forte, explica Almir.

A versão Mochileira, original de Geraldo Roca e gravada pelo artista, foi tocada apenas duas vezes por ele. Numa delas, ficou tão boa que foi para o disco.

“Eu liguei para o Roca e ele me perguntou, mas qual versão? Eu disse a sua. E ele, mas eu tenho duas. Gravei uma delas, eu acho linda, mas é difícil. Muito intimista”.

Almir Sater e os velhos amigos sobem ao palco às 19 horas do dia 21 de outubro, um domingo. Os ingressos ainda não começaram a ser vendidos.

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