Michel Teló - Bruno Medina escreveu uma carta comparando o hit Ai Se Eu Te Pego com Anna Julia

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012


O sucesso do cantor Michel Teló tem dado o que falar.

Depois de lançar versão em inglês do hit Ai Se Eu Te Pego e ultrapassar Adele e Coldplay na Europa, o sertanejo vem sendo alvo de muitas críticas.

Dessa vez, Bruno Medina, integrante do Los Hermanos, gerou polêmica ao postar uma homenagem ao cantor em seu blog.

O texto, cujo título é "Carta aberta a Michel Teló" se tornou um dos assuntos mais comentados do Twitter.

No post, o músico compara o sucesso de Ai Se Eu Te Pego com o de Anna Julia, composta pelos Los Hermanos. Medina ainda afirma que o hit do cantor sertanejo se "apoderou de seu cérebro" .

Com ironia, o integrante do Los Hermanos finalizou a carta desejando sucesso para a turnê de Michel Teló:
- Antes de correr o risco de me estender demais, gostaria de desejar que sua turnê internacional, que se inicia agora em janeiro, seja a primeira de muitas. Aliás, não seria mau se você resolvesse passar logo todo o ano de 2012 viajando pelo mundo. Nada pessoal, é só uma precaução com o meu cérebro. Para terminar, um único pedido: da próxima vez que gravar uma música, em prol da sanidade mental de milhões de pessoas, por favor, considere não criar dancinhas.

A Carta

Prezado Michel,

Antes de mais nada, feliz 2012! Espero que sua noite de réveillon tenha sido memorável; a minha com certeza foi, visto que, na festa em que estive, a chegada do novo ano foi relegada a segundo plano devido a batalha campal que se deu entre o grupo que queria ouvir “Ai se eu te pego” em looping até o amanhecer e o outro, que não desejava escutar a música sequer uma vez. Ao invés de comer uvas ou pular 7 ondinhas, os presentes preferiram se dedicar a calorosas discussões sobre temas como direito de expressão, identidade cultural brasileira e tolerância, com direito a argumentos do quilate de “é proibido proibir” e “não quer ouvir, tape os ouvidos”.

Como se não bastasse, minha mulher – que por razões injustificáveis ainda não conhecia o hit do verão – deixou o local entoando os versos criados por Axé Moi (também conhecida pela Dança do Quadrado), só que errado (ai, delícia, se te pego/ai, delícia, se te pego), o que apenas contribuiu para que a referida música se apoderasse do meu cérebro tal qual o exército americano fez com o território afegão em sua cruzada anti-terrorismo. Apesar da gravidade dos fatos descritos, saiba que não guardo rancor de você. Afinal, eu mais do que ninguém sei o que é estar a frente de uma canção que fugiu do controle. Na época em que Anna Júlia foi lançada, ao menos, não havia Youtube, o que certamente poupou nossos detratores da infindável proliferação de clipes da música, protagonizados por bêbados gregos dançando em Ibiza ou por italianos solitários cantando o refrão pegajoso em frente a webcam.

Ao assistir ao vídeo que registra soldados israelenses pulando feito bobos da corte ao som de “Ai se eu te pego” no meio do deserto, tive a impressão de que o sentimento que a cena deve despertar em você seja algo semelhante a quando conheço uma menina de 12 ou 13 anos que se chama Anna Júlia. É estranho, e ao mesmo tempo fascinante, quando uma música nossa passa a fazer parte assim da vida das pessoas, né? Agora imagine o que não está por vir no trilho dessa versão que você acabou de gravar em inglês? A internacionalização do nosso hit, não sei se você lembra, além de regravações em espanhol, italiano e inglês, rendeu nada menos do que uma participação de George Harrison, fato que até hoje nos enche de orgulho.

Bom, independente do que acontecer daqui pra frente – e não sei se isso serve bem de consolo – acredite que provavelmente daqui a dez anos você ainda será amado ou odiado por causa de “Ai se eu te pego”, portanto faço votos sinceros de que consiga construir um legado musical consistente o bastante para evitar que todo seu trabalho seja tomado por uma só música.

Antes de correr o risco de me estender demais, gostaria de desejar que sua turnê internacional, que se inicia agora em janeiro, seja a primeira de muitas. Aliás, não seria mau se você resolvesse passar logo todo o ano de 2012 viajando pelo mundo. Nada pessoal, é só uma precaução com o meu cérebro. Para terminar, um único pedido: da próxima vez que gravar uma música, em prol da sanidade mental de milhões de pessoas, por favor, considere não criar dancinhas.

um abraço,

Bruno Medina

7 comentários:

Anônimo disse...

A inveja é Maldita. Cade esse tal de Bruno Medina que nunca mais ouvi falar e velo em qualquer tipo de reportagem ou algo parecido.

Anônimo disse...

como as pessoas se importao com o sucesso dos outros..........mas vai rachar uma lenha Bruno Medina...se não tem o que falar fica quieto...inveja é foda.....

allyouneedislove disse...

BEEEEEEM TIPINHO DE GENTE APAGADA QUERER APARECER A CUSTA DA FAMA DOS OUTROS HEIN.... CRIAR UMA MÚSICA (ATUAL) QUE FAÇA SUCESSO EU QUERO VER... PQ QUEM VIVE DE PASSADO É MUSEU, MEU AMOR!

Anônimo disse...

Pai, perdoai-lhes; eles não sabem o que digitam

Jéssica Guimarães disse...

Fico possessa quando vejo comentários como esses acima. Gente, quem não sabe interpretar também não pode falar nada. Não se trata de inveja, pode ter certeza. Até porque o Los Hermanos nunca se submeteu a escrever uma música sem um pingo de conteúdo, como o tal do "ai, se eu te pego" e mesmo assim, hoje, depois de 5 anos que a banda se separou eles ainda conseguem juntar em um primeiro show de turnê, como o de Recife na última sexta, cerca de 15 mil pessoas, e cerca de 11 mil em Fortaleza, um dia depois. 15 anos depois do hit "Anna Júlia". Eles não tem porque ter inveja do Michel Teló até porque acabar com a banda foi uma escolha deles e cada um tem seus trabalhos hoje em dia. Ainda acrescento que se hoje, depois dos 5 anos, eles quisessem voltar com a banda sua legião de fãs fiéis iria agradecer, continuar a segui-los e sem contar com os que eles iriam conquistar a mais. O Michel Teló amanhã ou depois vai ser esquecido, pelo menos no que depender desse hit ridículo e pegajôso dele. Como foram esquecidos vários outros. Cadê Netinho? É o Tcham? E muitas outras porcarias que passaram por nós pra fazer o povo dançar. Mas Los Hermanos ninguém pode perguntar cadê, porque até acabando com a banda eles estão aí e sempre que decidem fazer show é uma loucura, os ingressos se esgotam em questão de pouco tempo mesmo. Procurem Michel Teló daqui a 15 anos e venham falar sobre isso. Nada contra ele, mas a música dele só pode ser chamada de música porque tem melodia e o povo dança.

Sai daí bando de louco.

Jéssica Guimarães disse...

Só mais uma obs. Hoje em dia o povo do Brasil, vergonhosamente, dá muita importância pra música ruim, só porque tem uma batida legal. Daí cito os funks, alguns sertanejos (não todos. eu particularmente curto sertanejo), forró nem se fala. O que diabo acrescenta na cultura brasileira o tal do "Eu quero tchu, eu quero tcha..." ??????? Vergonha alheia.

Jéssica Guimarães disse...

Cito ainda a pergunta que um leitos do blog do Medina mandou pra ele e que mostra um MUITO do que é o Los Hermanos hoje em dia, pra pessoa que não sabem, como alguns de vocês e ficam falando bobagem.

"18) Ao decidirem pelo hiato da banda, muita gente acreditou que o LH não sobreviveria, que a musica iria sumir com o tempo, entretanto, isso não ocorreu, muito pelo contrario, o LH cresceu, e virou um refugio para quem sofre com a banalidade musical que vivemos hoje, principalmente a falta de sinceridade na música (sinceridade musical é a maior qualidade do LH) , para alguns até uma “religião” semelhante aos que torcedores de futebol sentem com relação ao seus clubes(eu mesmo discuto com as pessoas quanto falam mal de LH…rs).Tomando como base que “você é responsável pelo que cativas”.Parar o LH não é de certa forma “fugir” de uma gigante responsabilidade?Como vocês se sentem ao verem tantos órfãos dos LH? (Sidnei de Souza)"

Leiam a carta mais uma vez e interpretem direito. Se não conseguirem levem pra uma professora de português de vocês, isso deverá ajudar.

;* Beijos e Saúde.

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